Quem sou eu

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Rio Claro, SP, Brazil
Meu nome é Mariana Gabriela Fonseca, prazer. Sou formada em Imagem e Som pela UFSCar (turma 2000 a 2003) e atualmente curso Ciências Biológicas na Unesp Rio Claro (Turma de 2007 até atualmente). Atuo como professora eventual na rede pública Estadual de ensino e tenho grande paixão pelo meu trabalho. Pretendo me formar na licenciatura e fazer pós graduação em Educação. Acredito em uma nova educação, diferente do que é hoje praticada nas escolas brasileiras. Para mim, o método de ensino em vigor é precário e obsoleto, não segue o fluxo das mudanças decorrentes de uma série de transformações sociais, econômicas, comportamentais e tecnológicas. Por isso, estou sempre procurando inovar em minhas aulas, mesmo que muitas vezes falhe e/ou caia no tradicional. Afinal, errando é que se aprende.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Uma pausa, um bloqueio e algumas Gestalts.

A pausa, é notável. Não escrevo há meses, talvez um ano. E também houve um grande break em tudo o que costumava fazer. Foi temporário. Por fim, a faculdade ficou suspensa. É , eu diria "trancada" mas eles insistem em dizer "matrícula suspensa" e até acho mais bonito assim. Me dá um mínimo de conforto por saber que não está abandonada, apenas em stand by. É contraditório, pois ao mesmo tempo em que sinto calafrios em pensar no retorno, sinto angústia em não terminar. Foram 5 anos. O curso tem duração de 5 anos. Mas não, eu não estava no último ano. Tanto vai e vem dessa vida, obstáculos, entraves, problemas, psicológicos e também reais, aqueles da vida, que me enrolei. Muitas matérias que nem me matriculei. Outras não terminei. Algumas abandonei, e ficou D.P. Pulando de galho em galho, cada aula com uma turma, os desencontros com a expectativa e a realidade universitária......... Daí "tranquei". Foi bom, aliás, ótimo. No começo doeu, deu desespero, porque ahhh, a Biologia! Eu a amo, e ela sabe disso. Só precisávamos de um tempo. E eu, precisava de dinheiro. 30 anos completos em janeiro deste ano, e me vi obrigada, por mim mesma, por meus sonhos, a tentar buscar a tal independência econômica, para depois terminar os estudos. Pulei de emprego em emprego. Graças à minha primeira graduação, tenho algumas habilidades que me deram oportunidades razoavelmente boas de trabalho. Caí numa gráfica, como arte finalista, bem remunerada, carteira assinada, tudo certinho.... mas pra mim, certinho demais. Além do que, um "certinho" cheios de maçãs podres que só com o tempo a gente sente no ambiente. Ficou insuportável, em primeiro lugar pelo ambiente de trabalho massacrante, e segundo porque meu espírito comunicativo, minha ânsia por fazer algo além, pela sociedade, a ânsia de trabalhar em algo que me permita ser de certa forma livre, expor pensamentos, receber conhecimento, enfim... já sabemos onde quero chegar: sentia falta de dar aula. Não tem como, tá no sangue. Longe das salas de aula fiquei infeliz. Mas havia um obstáculo, e dos grandes: burocracia. Acontece que, como havia trancado a faculdade, achei que não pudesse dar aulas. E tinha esquecido, inclusive, que havia feito a tal prova anual, (como assim?! faço há 4 anos, e tinha esquecido de ter feito!) Reflexo do nó em que me encontrava. Por fim, arrumei um trabalho como professora de inglês, numa dessas redes de escolas "profissionalizantes". Não vou citar nomes e nem adentrar no assunto, pois causou um certo transtorno em minha vida depois. Só digo que dei aulas de inglês, era uma carga horária razoável - a não ser pelos sábados que era das 8 às 18:30h - e eu amava aquilo. Me sentia muito muito gratificada quando ia dar aula, mas que fique claro: POR DAR AULA. Me empenhei, levava músicas, filmes, atividades práticas, sempre criando, pesquisando, me empenhando... estudava bastante, a gramática, pra passar o que pudesse a eles, os alunos. Mas, mais uma vez, não deu certo e fiquei novamente sem emprego. Sem emprego, sem faculdade. Uma luz no fim do túnel surgiu: Cadastro emergencial de professores. É, a coisa está feia, e todos nós sabemos. A velha piada de "qualquer hora vão pegar qualquer um na rua pra dar aula" talvez não seja tão absurda. Literalmente, as escolas LAÇAM professores. Bem sei eu o quanto o eventual camela, pingando de escola em escola, de turma em turma, cada hora uma disciplina, e os turnos.... bom, se bobear te ligam às 3 da manhã pra grantir que você vá cobrir as 18 aulas dos 5 professores que faltarão no dia seguinte. É, companheiros, rapadura é doce mas não é mole não... Aliás, essa rapadura nem é tão doce assim.
Mas voltando... fiz meu cadastro, mas desta vez, com o diploma de Bacharel em Imagem e Som.
Aha! A carta debaixo da manga. Meu bacharelado neste curso me rendeu categoria como professora de ARTE. Por sorte, e eu chamo de sorte pois foi um curso maravilhoso do jeito que foi, quando me formei era considerado um curso de ARTES e sendo assim... Bingo! Faturei! Aí sim, me senti radiante. No dia em que fiz minha inscrição passei na minha escola-sede e foi muito aconchegante, porque as pessoas, professores, funcionários e inclusive o diretor, me receberam de braços abertos, com saudades de mim!!! Cheguei a ouvir do diretor que as portas estavam sempre abertas para mim, pois sou uma professora excelente, dedicada e que "dá pra ver que tenho o dom - que está no sangue". (Uau, quantos elogios! rs rs) É, então no dia seguinte já tinha 9 aulas agendadas. Ah sim, o limite para professores é de 9 aulas no dia, mas veja bem.... não foram raros os dias em que cheguei a dar 13 ou 14 aulas num dia. Manhã, tarde e noite. Pensa: Entra às 7, tem 20 minutos de intervalo às 9:30, depois 20 minutos de ALMOÇO para entrar no turno da tarde... aí mais 20 minutos no intervalo da tarde... deu 18:00h, se vc der sorte, tem as duas primeiras da noite e só, e se for o caso engole um qualquer coisa que levou de casa, escova os dentes, fuma fuma, e entra na sala do noturno. Mas, pode ser que sejam aulas no meio da noite, daí vc pode até ir pra casa, tomar um banho, jantar como merece, mas o risco de se render à cama é grande. Ufff, só de pensar, cansei.

Uma pausa. Um café e água.

Um velho post empoeirado: Aluna professora, professora aluna

Um velho post, guardado em meus rascunhos... confesso que não sei exatamente que rumo meus pensamentos iam tomar, mas me lembro da fase, do stress, dos problemas. Como nada é para sempre, alguns problemas já foram tomados por outros. Como pretendo voltar a escrever, achei importante postar ele, mesmo incompleto, porque de alguma forma, retrata o que estive pensando, que tem consequências concretas em minha autal situação como professora... Então, é isso:


Há tempos que venho pensando em publicar um post sobre essa situação que muitos eventuais passam: ser professor e estudante ao mesmo tempo. Não confunda com a relação ensinar e aprender, que obviamente todos os professores têm, pelo resto de suas vidas profissionais. O papo aqui é outro... Encontro-me em um momento delicado, conturbado, aflitivo e um pouquinho desesperador: não aguento mais a faculdade. Sério. Não, eu não estou louca e nem frustrada com o curso que escolhi, estou me referindo à Universidade como instituição. Tudo o que ela carrega, desde as regras, avaliações, metodologias, exigências... toda a formulação das grades curriculares - até as pessoas que circulam ali: docentes e discentes. Desde o segundo semestre do ano passado que meu desânimo é grande. Várias dps, matrículas trancadas, disciplinas largadas ao relento, outras empurradas com a barriga. Não tenho mais paciência em ter aulas toscas, sem sentido, chatas, sem conteúdo. Não tenho mais paciência para professores universitários que detestam lecionar e são obrigados, para manter uma pesquisa idiota que os tornam, em suas cabecinhas, o ser mais importante da face da Terra. Fico indignada principalmente com a incoerência no que nos é ensinado em relação a psicologia educacional, didática, prática de ensino, com o que é de fato colocado em prática dentro da sala de aula no ensino superior. Encontramos professores que falam tanto em Piaget, Construtivismo, a importância em encararmos a individualidade dos alunos, respeitar as dificuldades deles e procurar compreender as barreiras do ensino-aprendizagem, mas que no fim, não colocam isso em prática na própria avaliação, no lidar do dia-a-dia com nós estudantes universiotários. Fico pasma. O mesmo professor que discursa sobre como o sistema de avaliação é falho, acaba por praticá-lo. O mesmo professor que discursa sobre compreendermos a realidade do aluno, ignora as dificuldades de seus próprios alunos. Não existe psicologia e nem pedagogia na universidade. Malemá encontramos humanismo ali dentro. Somos apenas números: o número do R.A (registro acadêmico), a nota da prova em uma planilha excel, o número de faltas no mês.
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